A visão muda tudo.
- Rubens Macouff
- 25 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jul. de 2023
Você pode até não gostar de aviões, mas, se existe uma aeronave que não escapa de nenhum olhar é o A380 da Airbus.
O maior avião de passageiros já fabricado, capaz de levar até 853 pessoas.
Foi um projeto europeu de doze anos e enormes proporções.
Mas um projeto desse tamanho não fica pronto da noite para o dia.
E o A380 levou muitas, muitas noites e dias para ser concluído.
Quando ficou pronto, no entanto, o mercado aéreo estava em um momento absolutamente diferente de quando ele começou a ser projetado.
Isso certamente não facilitaria a vida do gigante.
Encurtando a história, neste ano a Airbus anunciou o fim precoce da produção da aeronave após dificuldades envolvendo baixos índices de venda, aeronaves devolvidas e altos custos de manutenção.
No meio deste deserto, entretanto, uma flor tem prosperado.
A Emirates.
A maior companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos.
A Emirates é especialmente relevante por estar sempre nos primeiros lugares do ranking das melhores do mundo da Skytrax.
Eles são importantes nesta história porque são -de longe- a maior operadora do A380 com 110 unidades em operação. Esta frota cresceria ainda mais com a chegada das 39 aeronaves que haviam sido encomendadas.
Como a Airbus encerrou sua produção, a encomenda foi cancelada este ano.
Para se ter uma ideia, o A380 tem preço de catálogo de 445,6 milhões de dólares.
Mais do que a dimensão disso tudo, o que realmente me chama a atenção na relação da empresa com o quadrijato é o fato de que enquanto outras companhias aéreas reclamam do gigante e amargam prejuízos com ele, a Emirates está feliz e lucrando com a aeronave.
E onde está a diferença?
Na visão.
A maioria das companhias -especialmente as mais tradicionais- trataram a novidade apenas como um avião maior.
Sob a liderança do talentoso executivo britânico Tim Clark, a Emirates tomou um caminho diferente.
Enxergou uma grande oportunidade de aumentar o valor agregado das viagens.
Assim, com esta visão maximizaram a capacidade que a aeronave tem para oferecer uma experiência completamente diferente para seus passageiros.
De maneira que aquele não fosse apenas mais um voo, mas um voo da qual as pessoas se lembrariam e desejassem.
Isso já deu certo no passado da aviação.
Um exemplo, é o saudosismo dos passageiros que voaram no Concorde.
De suítes privativas como em um hotel nos ares, a chuveiros na primeira classe, passando por lounges, bares, sofás... fazendo com que um voo de muitas horas não seja apenas uma etapa necessária que você precisa aguentar para ter uma experiência legal ao chegar no seu destino, mas que a sua experiência legal comece exatamente no momento que embarca no avião.
Lindo, né.
Lindo e lucrativo.
Enquanto outras companhias não enxergaram a oportunidade e hoje pagam o preço por isso, milhões de pessoas pagam caro, para estar em um A380 da Emirates.
Lembre-se, oportunidade é um lugar no futuro, cujo caminho se trilha a partir do presente.
Se você não tiver visão para enxergar este futuro, jamais será capaz de construir um caminho para chegar lá.
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