top of page

Aveia, granola e castanha

Eu sou um sujeito grande e gordo. Tipo assim, o (brilhante) Nizan Guanaes de vinte anos atrás. E cito-o não apenas pela vaidade de, ao menos de algum modo, comparar-me a ele, mas também porque recentemente eu li uma entrevista que o Nizan deu à Istoé em 2011 falando, entre outras coisas, sobre seu emagrecimento.

O que foi muito oportuno, uma vez que eu havia decidido retomar meus esforços para o mesmo fim. Então enquanto eu comprava alguns itens do meu plano alimentar, me lembrei de um princípio, que será o assunto da nossa conversa hoje.

O que quer uma pessoa que vai, voluntariamente, com suas próprias pernas, comprar, com seu próprio dinheiro, pacotes de aveia, granola, sementes de chia, castanhas e queijo cottage num supermercado?

Será que ela está mesmo louca pelo doce sabor da aveia naquele iogurte natural desnatado?

Eu acho difícil.

Mas o que eu tenho certeza, é que ela está ali atrás de uma vida saudável.

Então, por qual motivo ainda insistimos em vender produtos, se as pessoas estão interessadas mesmo, nos benefícios que o produto trás para a vida das pessoas?

Nos comunicamos com pessoas. Pessoas, gente, seres humanos.Individuais e subjetivas em suas escolhas.

E eu lembro isso porque é uma questão lógica. Se você vende granola, as pessoas comprarão granola. Mas, se você vende uma vida saudável, as pessoas comprarão granola, aveia, iogurte, cottage, chá verde, tênis de corrida, bicicleta ergométrica, cápsulas de fibras e colágeno, fritadeira sem óleo e etc.

Isso se torna ainda mais verdade quando a gente fala de Redes Sociais.

Vá lá na página da Nike no Instagram. Da Starbucks, da Apple. Conte quantas vezes você vê um produto exposto fora de um contexto bem explícito acerca das contrapartidas que ele traz. Especificamente no caso da Apple, o produto nem sequer aparece.

“Ah Rubens, isso significa que agora eu só vou falar de sentimentos e não vou mais fazer publicidade do meu produto?”

Não é isso.

O que quero dizer é que você vende mais quando inverte o discurso, prioriza o benefício e transforma seu produto em um meio para se chegar lá. Assim você não só vende mais o produto que a pessoa procurava, como vende produtos que o teu cliente não estava procurando.

Todo mundo consegue imaginar quanto custa uma caixa de granola. E uma vida mais saudável, alguém sabe quanto custa?

Se não dá para saber quanto custa, como teu cliente vai comparar?E é aí que, de repente, a tua concorrência desaparece.

Sabe outra coisa que precisa desaparecer?

Alguns dos meus quilos a mais, então torça por mim!

Comments


bottom of page